Fixo os olhos no menu pintado na parede, acima da atendente: Hey guys, how y'all doing? Ela diz sorridente caminhando para o segundo caixa registrador, emendando com a voz ainda mais fina, I can help you over here. Enquanto isso um homem solitário e triste atende sua valantine no celular: Buen día preciosísima. Eu não estava ficando maluca, aquele filtro que embaçava as luzes na imagem podia só ser um efeito dos óculos escuros. Veja, isso é tão real quanto você e suas pendências, seus fracassos, seus tostões furados no bolso que mal e mal pagarão a sopa de cebola velha e requentada que você vai saborear e achar uma delícia.
Happy Valantines a todos os talentos que povoam o submundo de escritores que gostariam de ter sido e não foram por falta de tempo, de inspiração, ou incentivo.
Um comentário:
História pra dar ibope tem sempre que ser de artista pé-rapado e sofredor, né. Pq na vida real, de não escritora, a sopa de cebola estava muito boa, e o jantar de valantines depois desse texto então, chique no úrtimo!
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