Primos e amigos trouxeram o espírito de Natal pra nossa casa! |
Depois de um fim de ano um pouco tribulado por uma série de razões, eis que o Daniel (primo do Bruno) chegou para animar nossa casa, que estava triste e vazia depois que a Lu voltou para o Brasil... Logo o Natal chegou e com ele Marina, a irmã do Daniel, que além de sua companhia, nos presenteou com os mimos dos nossos queridos Selemes Zagonéis! Como é bom receber o carinho de vocês, que mesmo estando longe, sempre encontram um jeitinho de encher nossos corações de alegria! Obrigada =)
Milagre de Natal
Essas bandejas deliciosas foram obras do Daniel e da Marina. |
Dia 25 aquela preguiça! Só de lembrar dos restos de Natal que me aguardavam na cozinha, custou pra eu sair da cama. Uma hora tomei coragem e levantei, mas qual não foi a minha surpresa ao me deparar com os talheres do faqueiro dispostos simetricamente sobre a mesa, prontos para serem postos de volta na caixa de onde não saíam havia-se lá quantos anos! A cozinha, milagrosamente limpa, reluzia iluminada! Esfreguei os olhos considerando a possibilidade de tudo não passar de um sonho, mas do sofá sorria pra mim Marina ZagoNoel que, cansada da viagem do dia anterior, foi a primeira a se render aos braços de Morfeu na festa, e acabou acordando cedinho, vítima do fuso horário brasileiro, e para minha sorte, bem disposta a organizar a casa! Meus leitores, eis um verdadeiro milagre de natal! Alguém que chega na véspera, ajuda a organizar a ceia, e depois limpa tudo antes de você acordar. Baita presente, obrigada Marina linda!
Explorando as montanhas da Virginia
Natural Bridge, VA |
Dia 26 saímos cedo para nossa road trip rumo às montanhas, e seguimos em direção ao norte por aproximadamente três horas e meia até a Natural Bridge, uma imensa formação rochosa na Virgínia. Esculpida na rocha, a estrutura é um antigo santuário Apalache que muito se assemelha com um portal para uma nova dimensão onde se escondem fontes secretas de rios perdidos e gargantas guturais que devido ao frio, estavam fechadas ao público. O parque hoje é uma típica atração americana, conta com lojinha, mina fake para as crianças garimparem, museu de cera e parece que também até um zoológico. Apesar do frio, o sol e a caminhada de ida e volta até a cachoeira nos aqueceu.
Creekwood Cabin
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Perto do fogo o frio não incomodava tanto |
Do parque estadual onde visitamos a Natural Bridge, fomos direito para nossa cabana nas montanhas da Blue Ridge Parkway, onde nos instalamos e ficamos por três dias. Na primeira noite fizemos uma fogueira e tostamos marshmallows. Depois também exploramos as cidadezinhas ao redor, como Waynesboro e Lyndhurst.
To ski or not to ski
No sábado fomos nos aventurar nos picos nevados do Wintergreen Resort. Eu, Bruno e Marina preferimos esquiar, e o Daniel optou pelo snowboard. Bruno mandou muito bem, abominável homem das neves, peito estufado, descia a montanha como se nem fosse a primeira vez! Eu desci, mas desci rolando. Nem naquela esteira que levava a gente de volta pro topo do bunny slope eu conseguia subir e sair sem me desequilibrar. O teleférico então, apavorante. Você tem que sair daquela joça já esquiando e fazendo uma curva radical para a direita, uma adrenalina daquelas. Daniel no snowboard achou que já tava tudo dominado e se empacotou bonito, machucou o braço, esfolou o osso da bacia na neve, e ficou com um baita galo na cabeça. Ele não se lembra bem como, mas sobreviveu! E não sei se entendi direito, mas parece que Marina antes de subir no teleférico teve que se jogar no chão pra não ser atropelada por uma cadeira voadora. Enfim, foram fortes emoções!
To Be or Not To Be
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Como em São Paulo, Staunton também tem uma Rua Augusta |
A Pé na Appalachian Trail
Domingo apesar do dia bunda saímos pela Blue Ridge e fizemos algumas milhas na Appalachian Trail, o caminho original que os povos nativos abriram nas montanhas há sabe-se lá quantos séculos atrás. O tempo estava nublado e a serração às vezes engrossava virando uma garoa fria. Mas a paisagem silenciosa e adormecida do inverno deixou nossa caminhada mais contemplativa! Depois voltamos para Staunton pois tínhamos achado a cidade muito simpática na noite anterior. Mas por ser três horas da tarde de um domingo entre Natal e Ano Novo, quase tudo estava fechado.
Richmond e Williamsburg
As casinhas vitorianas da Monument Ave. Richmond, VA. |
Praça da Execução em Colonial Williamsburg |
Surf no Inverno: Fail
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Estátua de Netuno em Virginia Beach |
Acordamos, tomamos café e fomos visitar o grande navio de batalha Wisconsin, que lutou na Segunda Guerra, na Guerra da Coreia, no Kuwait, Vietnã, Iraque, e Afeganistão. O Museu Naval também valeu a pena visitar. Tanto o navio quanto o museu foram atrações bem interativas, com veteranos de guerra dispostos a responder todas as nossas perguntas! Os caras aqui são tão orgulhosos de sua força naval, e acreditam piamente na dignidade da guerra para defender seus ideais de liberdade e impôr seus regimes econômicos e políticos em terras estrangeiras.
Apesar do meu repúdio à toda forma de violência, confesso que a lavagem cerebral que esses lugares proporcionam é uma das únicas táticas de guerra estadounidenses que não falham. Estou piamente convencida de que uma marinha bem desenvolvida é fundamental para o engrandecimento de qualquer nação. Praticamente inexistente em 1900, a força naval americana foi criada na década de trinta, e sua eficiência para a construção de bases e navios de guerra garantiu aos Estados Unidos sua supremacia bélica e econômica desde a segunda guerra mundial. A filosofia deles é mais ou menos essa: Nada melhor para garantir a paz (ao menos em solo americano) do que se preparar incessantemente para vencer na guerra (que eles vivem travando, sempre em solo estrangeiro).
Rumo aos Outer Banks
De Virginia Beach fomos para Kill Devil Hills, mais outro lugar histórico da América, onde os irmãos Wright testaram suas engenhocas até realizarem seu grandioso sonho de dar asas ao homem! O memorial é um lugar muito bonito e vale a visita, mesmo que nos dê uma pontinha de revolta já que na versão deles foram os americanos os primeiros a conquistar o céu. Obviamente, não há nenhuma menção ao 14-Bis de Santos Dummond, que já tinha dado a volta na torre Eiffel dois anos antes. Fico pensando se os irmãos Wright sabiam disso.
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Feliz Ano Novo no Farol de Cape Hatteras |
Nosso jantar de Ano Novo foi num restaurante bem batuta, mas passamos a virada na praia, tomando champanhe nos Outer Banks e vendo os três fogos de artifício que algum morador teve a bondade de soltar. O primeiro dia do ano amanheceu ensolarado e quase quente em comparação com o frio dos dias anteriores. Foi perfeito para conhecermos o famoso farol de Cape Hatteras e pegar o ferry rumo a...
Ocracoke, North Carolina
Primeiro pôr do sol do ano, visto do Ferry para Ocracoke |
Essa ilha é um paraíso nos Outer Banks, e a pousada onde ficamos era muito aconchegante! Pena que passamos somente uma noite, pois no dia seguinte às sete da manhã pegamos o ferry para Cedar Island. Seguindo a recomendação de nossa host, jantamos uma comida tailandesa deliciosa, e fizemos amizade com o dono do restaurante que nos aconselhou a voltar na primavera, quando a ilha ainda não está abarrotada de turistas.
Reta final: Wilmington
Depois de pular de ilha em ilha, e conhecer lindas praias e dunas e faróis do Outer Banks, nosso último ponto de parada era a cidade de Wilmington. Ficamos num hotel no centro histórico da cidade, à beira do Cape Fear. Exploramos a região a pé, e de noite fomos jantar num pub jamaicano, com comida caribenha e banda de reggae ao vivo. Acordamos no dia 3 de janeiro e tomamos um brunch (uma refeição americana que mistura breakfast com lunch) antes de pegar a estrada de volta pra casa.
Responsáveis pela Rota
Primos lindos, e tão amigos! Dá gosto de ver! |
O percurso da viagem foi todo planejado com antecedência pelo chefe da expedição, Bruno, e seus primos Marina e Daniel que se revelaram excelentes navegadores. A mim coube apenas aprovar e aproveitar o trajeto e achar tudo lindo, e claro, contar a história no fim. Tirando o Daniel ter levado uma multa por excesso de velocidade pouco antes da gente entrar em Charlotte, foi uma viagem perfeita! Já estamos prontos para explorar outros estados americanos ou quiçá outros países no próximo inverno... quem sabe o que este ano nos espera?
Feliz Quinze, queridos leitores!
~ F I M ~
Um comentário:
Pandinha linda
Mesmo já tendo acompanhado toda a viagem pelo Facebook, é sempre uma delícia ler os teus textos!
Beijões do Sogrão
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